sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A perda de um filho

A perda de um filho, qualquer que seja a sua idade, pode ser uma das experiências mais devastadoras da vida e o seu impacto pode permanecer por toda a vida (Rebelo, J.E, 2007).
Os vínculos que os pais estabelecem com as suas crianças são muito fortes. Por essa mesma razão, quando numa família, há uma perda de alguém que amávamos tão profundamente, revelam-se em nós sentimentos muito confusos e contraditórios.
Ainda que, de uma forma racional, admitamos que o nosso filho partiu, emocionalmente, permanece vivo dentro de nós. Não é possível abandonar todos os aspectos de vinculação que desenvolvemos com ele.
Quando sofremos perdas irreparáveis, as emoções ocupam toda a nossa mente e extravasam através de comportamentos, por vezes, anómalos. É-nos imperioso falar, mas perdemos a disponibilidade para ouvir.
Lutamos intensamente contra uma perda irremediável e procuramos incessantemente por respostas. E a ideia de vivermos sem respostas, angustia-nos, pois não faz parte do quadro normal da nossa vida.
Como viver então com tudo isto?
Ainda não encontrei a resposta….

7 comentários:

  1. Nala...

    Só de pensar...doí tanto !

    Como (sobre)viver com tudo isto ? Só com o amor da tua familia.
    Imagino a dor.
    Mas um dia vou ler-te escrevendo de como a dor foi ficando mais esquecida no meio de outras alegrias que forma surgindo....
    Que venha depressa o dia.

    Um beijo grande

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  2. Querida,
    a verdade é que o amor dos nossos mais queridos ajuda, principalmente a minha pequenina e o meu marido. Têm sido um apoio incondicional. Mas às vezes, nem eles sabem como nos ajudar. Ficamos muito concentrados na nossa dor. As nossas energias concentram-se na nossa perda e nós próprios temos muitas vezes, dificuldade em dizer que estamos em sofrimento. Eu tenho essa dificuldade. Estou, muitas vezes, a "sangrar" por dentro, mas não o demonstro, nem falo sobre isso. Quem me observa no meu dia-a-dia, pensa que eu já aprendi a viver com o que me aconteceu. E não é verdade. Mas esta é a minha luta, ir sobrevivendo e aprender a viver a minha nova realidade. E como tu dizes, um dia chegará o momento em que a dor fica lá atrás e só ficará o amor pela minha doce bébé.
    Um beijo enorme.

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  3. Dói só de imaginar.
    Dói em todos os momentos (que infelizmente não são poucos) em que tenho a vida do meu filho a pulsar nos meus braços...
    E tento fugir destes pensamentos e sentimentos a todo o custo e no entanto torna-se cada vez mais difícil de o conseguir.
    Acredito que nunca, ninguém conseguirá compreender o que sentes, a não ser que seja uma pessoa que tenha também esta experiência tão pessoal... e mesmo assim cada pessoa sente as situações de formas muito distintas.

    Espero que não te importes com esta pergunta: frequentas/frequentaste ou pensas frequentar algum grupo de pais de tenham perdido seus filhos?

    Abraço

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  4. Nos últimos tempos tenho pensado muito nisso. Em frequentar um grupo, falar com alguém que tenha vivido experiências idênticas. Pois como tu bem sabes, todos podem imaginar a nossa dor, luta, mas ninguém consegue avaliar totalmente, se não passar pelo mesmo.
    Eu consigo imaginar o teu sofrimento (e acredita que sofro só de pensar), o teu drama diário, até porque tenho uma grande amiga que vive diariamente num sobressalto.
    Nenhum mãe deveria passar pelo drama de ver o seu filho sofrer, de perder o seu rebento. Tudo o que tens sentido com o teu filho (claro que cada uma de nós sente de forma diferenciada a sua situação), eu senti num curto espaço de tempo e morro de medo de voltar a sentir. Eu tenho outra filha, e sofro só de pensar que lhe pode acontecer alguma coisa. Claro que depois de perder a irmã, este sentimento se agravou.
    Não tenho palavras que sejam suficientes para aquecer o teu coração, porque não há palavras que nos confortem. Apenas posso dizer-te que admiro Mães como tu, como a Grilinha. Admiro porque eu não tenho a vossa força e determinação....
    Um beijinho

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  5. Tão distantes e dores tão parecidas...sofro com a perda da minha menina...cheia de perguntas, de revoltas e de dúvidas sobre o meu futuro...

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  6. Jéssy, a dor que sentimos em nossos corações, aproxima-nos, porque só quem perde, só quem passa pela dor da separação, entende a revolta, as dúvidas, as perguntas que nos fazemos todos os dias.
    A tua doce menina está junto de todos os anjinhos que já partiram e sossega-me sentir que estão num sítio muito mais feliz e bonito do que aquele em que vivemos. É um viver meio estranho...

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  7. e muito triste perde um entem querido,doi muito perde um filho que eram muito esperando. e uma tristeza grande. e povo não entender que a gente sente.

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