sexta-feira, 6 de março de 2009

Onde estão as nossas crianças?

Existem realidades que não damos conta da sua existência, se não formos directamente confrontados com ela.
Muitas vezes me questionei, depois do diagnóstico da R, porque nunca tinha encontrado ninguém com hidrocefalia, nos passeios, na estrada, nos hipermercados, nos centros comerciais, parques, praias, naqueles sítios a que todos vamos.
Pais com crianças portadoras de deficiência profunda e até moderada, começaram por fazer tudo semelhante a outros pais. Levaram a criança ao jardim-de-infância, aos parques, a festas de aniversário, a casa de amigos e familiares. Mas devido ao comportamento do filho e às respostas dos outros, que deixaram de convidar esses pais, sem motivo aparente, começaram a inventar desculpas para não os visitarem, estes pais e crianças deixaram de sair, de se reunirem com o mundo.
Esta é uma realidade cruel, que me entristece e me revolta.
Estas crianças já estão presas a um destino que não mereciam, pela sua própria deficiência e o mundo decide, de uma forma voluntária, aprisiona-las ainda mais. A criança se não for ajudada pela Mãe, pelo médico, pelo professor, fica aprisionado a um determinado lugar, a um determinado espaço.
Se todos tivéssemos consciência dos efeitos dos nossos actos, gestos, palavras, nestas famílias, e em particular, nestas crianças, pensaríamos, várias vezes, antes de agir.

3 comentários:

  1. É uma dura verdade. Mas quando és mãe de uma criança especial apercebeste-te também que há muita gente que tem justamente a atitude contrária. Ser simpática, carinhosa e que insiste em dar palavras de força. A médica do JP nunca me deixa pagar as consultas e outras coisas por aí além...

    No entanto o outro lado é mau. Triste. Devia ser mudado. Acho que terá de ser aos poucos.

    Eu faço a minha parte. O JP faz tudo o que tem direito ! Beijos grandes

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  2. Infelizmente ainda há muito para fazer. Vejo isso de perto. Tenho uma amiga com uma filha com deficiência profunda e vejo as dores dela, o sofrimento, a prisão em que o mundo insiste em colocar aquela doçura de criança. Revolto-me com o mundo, hoje mais do que nunca e sofro juntamente com quem sofre estes males, estas prisões.
    Devemos todos lutar como tu e o JP. Eles tem direito a tudo. A tudo!
    Beijinho

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  3. E é bem verdade o que dizes querida! Infelizmente ainda existem muitas pessoas ignorantes em relação à diferença...

    Eu n lido com ninguém c qq tipo de deficiência e sinto q por um lado isso é mau para os meus filhotes. O mais velho, já tem qse 4 anos e por vezes questiona-me sobre pessoas "diferentes" que vê na tv e na rua. Às vezes nem sei bem como lhe explicar, mas dada a idade que tem digo apenas q têm dói-dóis q n saem, e q precisam muito de miminhos mas q são como nós e ele aceita bem esta ideia e n faz mais perguntas.

    À tempos ajudámos um jovem cego a atravessar a rua e ele agiu normalmente o q me encheu de orgulho! No fim "explicou-me" q o "pau" dele o ajudava a n bater na parede...

    Bjocas grandes Bárbara ;)

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