Vou falar-vos de um caso, que vi no programa Dr. Phil. Não quero de forma alguma, contar-vos mais uma história, entre tantas, que existem pelo mundo fora. Quero através deste testemunho real, transmitir a todas as mães, pais, de crianças doentes, com problemas, pais que perderam os seus filhos, que, de uma forma ou de outra, acabamos todos por passar pelas mesmas angústias, pelo mesmo sofrimento, pelas mesmas frustrações. Todos os pais que passam por situações complicadas com os seus filhos, não sofrem mais nem menos que outros com um problema diferente. Apenas a história é distinta.
“Kevin e Shauna têm Apton, uma criança com uma doença rara. Sabem que a sua esperança de vida pode ser de meses, de 1 ou 2 anos, não mais do que isso.
Kevin, não consegue lidar ao ver o seu filho com deficiência, a sofrer diariamente. Não aguenta a pressão da mulher que critica tudo o que ele faz, por mais que se esforce para a agradar. Kevin, encontrou no álcool uma fuga para apagar momentaneamente, a sua dor.
Shauna, não tem ninguém a quem dizer: “Porque tem o meu filho que viver isto? Porque não pode ele ser uma criança como as outras? Quando o vou perder?”. Então, descarrega aquilo que não consegue controlar – a dor – em quem tem mais disponível – Kevin, o seu marido. Ela culpa-o de beber. Claro que não deve beber. Todos já sabemos isso. Mas, na verdade, não é por causa do álcool que ela discute com ele. Andam sempre a discutir, porque quando temos problemas, tendemos a ter frustrações não direccionais, ou seja, gritar, embirrar, implicar, com os que estão mais próximos de nós.”
Todos já vivemos isto, ou algo do género. Ainda ontem, tive uma situação completamente ridícula, mas com fundamento. Ao estacionar o carro, tinha à minha frente um carro de miúdos, que se preparavam para sair e eu aguardava que saíssem, para poder fazer melhor a manobra. Como não se decidiam a sair, tive que fazer no mínimo três manobras para conseguir estacionar o carro. Apercebi-me que não tiravam os olhos de mim, enquanto estacionava. Provavelmente, estavam a achar piada ao meu “desconcerto” em conseguir estacionar. Noutra altura, talvez tivesse achado piada. Numa altura, de grande stress, sofrimento, não achei graça nenhuma. Saí do carro, e perguntei-lhes se havia algum problema ou se queriam alguma coisa (num tom bastante alto). Eles, olharam uns para os outros, a pensar que provavelmente, tinham à sua frente uma louca e arrancaram com o carro.
Obviamente, que naquele dia o que estava eu a fazer? A direccionar as minhas raivas, para alguém que teve o azar de estar ali aquela hora, e teve que gramar com uma “doida varrida”.
Com isto tudo quero dizer que, todos sofremos, todos vivemos as nossas dores, todos direccionamos frustrações, mas nunca somos um fracasso. Só somos um fracasso, quando o “jogo” acaba e nós ficamos para trás. Mas, para nós o “jogo”, não acabou. E nós ainda podemos tomar decisões, fazer escolhas, viver um dia de cada vez, Hoje e Amanhã!
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